domingo, 13 de setembro de 2015

Deus manda que seu povo não tema e confie nele.


Mas agora, assim diz o SENHOR que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel:
Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu.
Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.
Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e a Seba em teu lugar.
Visto que foste precioso aos meus olhos, também foste honrado, e eu te amei,
assim dei os homens por ti, e os povos pela tua vida.
Não temas, pois, porque estou contigo;
trarei a tua descendência desde o oriente, e te ajuntarei desde o ocidente.
Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória: eu os formei, e também eu os fiz.
Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos.
Todas as nações se congreguem, e os povos se reúnam; quem dentre eles pode anunciar isto, e fazer-nos ouvir as coisas antigas?
Apresentem as suas testemunhas, para que se justifiquem, e se ouça, e se diga: Verdade é.
Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.
Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador.
Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus.
Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?
Assim diz o SENHOR, vosso Redentor, o Santo de Israel: Por amor de vós enviei a babilônia, e a todos fiz descer como fugitivos, os caldeus, nos navios com que se vangloriavam.
Eu sou o Senhor, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei.
Assim diz o Senhor, o que preparou no mar um caminho, e nas águas impetuosas uma vereda; O que fez sair o carro e o cavalo, o exército e a força; eles juntamente se deitaram, e nunca se levantarão; estão extintos; como um pavio se apagaram.
Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis?
Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo.
Os animais do campo me honrarão, os chacais, e os avestruzes; porque porei águas no deserto, e rios no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito.
A esse povo que formei para mim; o meu louvor relatarão.
Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel.
Não me trouxeste o gado miúdo dos teus holocaustos, nem me honraste com os teus sacrifícios; não te fiz servir com ofertas, nem te fatiguei com incenso.
Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os teus pecados, e me cansaste com as tuas iniquidades.
Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.
Faze-me lembrar; entremos juntos em juízo; conta tu as tuas razões, para que te possas justificar.
Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra mim. Por isso profanei os príncipes do santuário; e entreguei Jacó ao anátema, e Israel ao opróbrio.

Isaías 43:1-28

O Caminho para o Céu.


Olhai para as aves do céu, que não semeiam,
nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial
as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Mateus 6:26


Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
Marcos 12:28-34

É interessante notar em todo o capítulo 12 de Marcos como Jesus era questionado pelas pessoas e tentado a entrar em contradição. Mas Jesus sempre respondia bem e sabiamente. Mais impressionante ainda e perceber que hoje em dia as pessoas têm uma tendência muito grande para questionar ou duvidar de Deus, da sua Palavra e da Igreja, ou até mesmo esta, também questiona muito.
As pessoas questionam a Deus, mas o mundo não é questionado. Suas músicas, costumes, o que passa na TV, a moda, tudo é aceito sem perguntas.
Isso é incoerente.
Devemos ser como uma criança que pergunta o porquê de tudo o que vemos no mundo, mas que aceita inquestionavelmente a Deus como Pai pela fé.
Neste texto bíblico, aquele homem queria saber como chegar até a Deus, qual o caminho para o céu.
Na verdade, antes de Jesus vir ao mundo, o céu era muito longe e a humanidade nunca conseguiria chegar até a Deus; porém, o Senhor teve misericórdia de nós pecadores, e enviou o Seu Filho Amado; e a partir de Jesus esta distância foi eliminada: agora sabemos o Caminho que nos conduz ao Céu: Jesus é o nosso Caminho!

Você sabe o caminho do céu?

A resposta de Jesus nos ensina três passos para alcançarmos a Salvação:
1- Saber que Deus é o único SENHOR: v.29
Não podemos servir a dois Senhores, Jesus disse que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém vai ao Pai senão por Ele somente. (João 14.6).
Muitos querem chegar a Deus, mas procuram outras pessoas e intermediários para tentar alcançar a Deus. Vão pelo endereço errado, pois só Jesus é a Porta pela qual podemos entrar e seguir o Caminho da Salvação.
Antes de Jesus morrer por nós havia uma separação no santuário que impedia as pessoas de irem até ao Senhor Deus. Mas na cruz de Cristo o véu do santuário foi rasgado e o acesso a Deus é livre e completo pelo Espírito Santo.

2- Amar a Deus acima de tudo: v.30
Deus não nos quer pela metade!
O Senhor nos quer de corpo, alma e espírito.
Como amar a Deus acima de tudo?
“todo o coração”: os sentimentos e emoções;
“toda a alma”: toda a vida, existência;
“todo o entendimento”: a mente, o pensamento;
“toda a força”: a ação, e esforço.
Quando conhecemos a Deus vemos que nada é maior do que Ele e nada está acima Dele. Dentro do Homem há um vazio tão grande que somente Deus pode preencher. Mas tudo se faz novo a partir do momento em que abrimos nosso coração para Jesus entrar e fazer morada em nós.

3- A prática do amor ao próximo: v.31
Deus nos usa para mostrar amor àqueles que estão longe de Seu amor e o desprezam.
A cruz tem este exemplo porque mostra no sentido vertical o amor de Deus para a humanidade e dando a esta a capacidade de corresponder a Deus em amor. E também no sentido horizontal o amor de cada pessoa ao seu próximo.
O perfeito amor vem de Deus para nós e como resposta a esse amor nós vamos a Deus e depois neste amor podemos alcançar outras pessoas levando-as a Deus.
Sem o amor de Deus não há como amar nem a nós mesmos, quanto mais ao próximo. Por isso muitos destroem as suas vidas e dos outros, por falta de amor.

CONCLUSÃO:

Os v.32 e 33 dizem que aquele homem concordou com Jesus e queria alcançar a Deus e Jesus lhe disse no v.34: “não estás longe do Reino de Deus”.

A que distância você está de Deus?

Entramos no Reino de Deus quando deixamos Deus reinar em nossas vidas.
Certa vez Pedro e João iam ao templo para orar e perto da porta estava um homem paralítico pedindo esmolas.
Pedro chamou a sua atenção e lhe disse: “em nome de Jesus levanta e anda” (Atos 3.6). E aquele homem começou a saltar e louvar a Deus.
Este homem esta perto da porta formosa e queria ir até Deus, mas não podia.
Através de Jesus, a Porta da Vida, ele entrou no Reino de Deus.
Porque existem pessoas que vão a vida inteira na Igreja e não mudam?
Estas pessoas não aceitam a Jesus nem se comprometem com a Igreja porque existe um espírito de religiosidade que faz com que as pessoas se sintam satisfeitas e religiosas e resistentes a aceitar a Jesus. O diabo nos provoca para darmos 3 passos para trás para nos afastar de Deus:
1° nos distrai para não vermos que Deus é o único Senhor.
2° tenta endurecer nosso coração, cega o entendimento, tira as forças com o desânimo e o comodismo para não amarmos a Deus.
3° esfria o amor ao próximo e depois o amor próprio fazendo cair em paralisia espiritual.
Por isso, não deis ouvidos ao diabo, mas deis ouvidos a Palavra de Deus.
Fique atento ao ensino bíblico, a pregação da Palavra de Deus. Nela você vai encontrar as respostas aos seus anseios.
Não deixe que nada te distraia ou roube a sua atenção, lembre-se que ir ao culto é prestar reverencia, louvor e adoração a Deus, por isso quanto mais ligado em Deus, mais abençoado por ele você será.
O Caminho para o Céu consiste em você aceitar, receber a Jesus como seu ÚNICO e SUFICIENTE SALVADOR, por isso não perca tempo:

Receba a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida e conhecerás o caminho do céu!

O Construtor de Pontes


Certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro.
Durante anos percorreram uma estreita, porém comprida estrada que corria ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem atravessá-lo e desfrutarem um da companhia do outro.
Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, pois se amavam. Mas agora tudo havia mudado.
O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro em sua mão.
"Estou procurando por trabalho" ·- disse ele.
"Talvez você tenha um pequeno serviço aqui e ali. Posso ajudá-lo?" ·
Sim! - disse o fazendeiro - "Claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É de meu vizinho, na realidade, meu irmão mais novo. Brigamos muito e não mais posso suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você me construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não mais precise vê-lo.
"Acho que entendo a situação" - disse o carpinteiro - "Mostre-me onde estão a pá e os pregos que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito". Como precisava ir a cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu.
O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando.
Já anoitecia quando terminou sua obra, ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava. Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam.
Não havia qualquer cerca!
Em seu lugar estava uma ponte que ligava um lado do riacho ao outro. Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou: "você é muito insolente em construir esta ponte após tudo que lhe contei!!"
No entanto, as surpresas não haviam terminado.
Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte.
Emocionados, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partindo. "Não, espere!" - disse o mais velho - "Fique conosco mais alguns dias.
“Tenho muitos outros projetos para você". ·
E o carpinteiro respondeu: "Adoraria ficar, mas tenho muitas outras pontes para construir".

Que Deus te abençoe e que você possa aprender esta lição: Quando surgirem as crises, os desentendimentos construam ponte ao invés de muro ou cerca.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Doses de ânimo - Desistir?


Doses de ânimo é uma belíssima coleção de mensagens do pastor Marquinhos Menezes que irá abençoar e edificar a sua vida.
Quantas vezes necessitamos de uma palavra que nos traga ânimo para nos levantarmos e entender que a vida é um presente de Deus e que não estamos nesse mundo por acaso.
Você foi chamado para vencer as suas lutas, e cada luta vencida, você se torna mais forte, mais experiente e mais valoroso.
Jesus Cristo cumpriu a sua missão enquanto esteve aqui entre nós, sentiu todas as dores, sofrimentos, até chorou mas, venceu até a morte e esta Vivo a destra de Deus Pai.
Você também foi chamado pra vencer!
Lute com determinação até conquistar a sua vitória.
Graça e Paz!

A Santa Palavra de Deus


E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
Atos 4:12

Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.
Tiago 1:12

Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas,
Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.
Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;
Filipenses 1:4-6

Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.

1 João 4:20

A Grande Farsa chamada Natal



A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à Noite Feliz.

Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança.

Mas não. Essa comemoração não é o Natal. Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.

A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.

A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno – pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é o que daria origem ao nosso Natal. Ele chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.

Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. "O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes", dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome ("Religiões de Roma", sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias – mas isso os romanos faziam o tempo todo. Bom, enquanto isso, uma religião nanica que não dava bola para essas coisas crescia em Roma: o cristianismo.

Solstício cristão

As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus só tinham a ver com o martírio dele: a Sexta-Feira Santa (crucificação) e a Páscoa (ressurreição). O costume, afinal, era lembrar apenas a morte de personagens importantes. Líderes da Igreja achavam que não fazia sentido comemorar o nascimento de um santo ou de um mártir – já que ele só se torna uma coisa ou outra depois de morrer. Sem falar que ninguém fazia idéia da data em que Cristo veio ao mundo – o Novo Testamento não diz nada a respeito. Só que tinha uma coisa: os fiéis de Roma queriam arranjar algo para fazer frente às comemorações pelo solstício. E colocar uma celebração cristã bem nessa época viria a calhar – principalmente para os chefes da Igreja, que teriam mais facilidade em amealhar novos fiéis. Aí, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus teve a sacada: cravou o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, nascimento de Mitra. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado. "Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Assim, a invenção católica herdava tradições anteriores. "Ao contrário do que se pensa, os cristãos nem sempre destruíam as outras percepções de mundo como rolos compressores. Nesse caso, o que ocorreu foi uma troca cultural", afirma outro historiador especialista em Antiguidade, André Chevitarese, da UFRJ.

Não dá para dizer ao certo como eram os primeiros Natais cristãos, mas é fato que hábitos como a troca de presentes e as refeições suntuosas permaneceram. E a coisa não parou por aí. Ao longo da Idade Média, enquanto missionários espalhavam o cristianismo pela Europa, costumes de outros povos foram entrando para a tradição natalina. A que deixou um legado mais forte foi o Yule, a festa que os nórdicos faziam em homenagem ao solstício. O presunto da ceia, a decoração toda colorida das casas e a árvore de Natal vêm de lá. Só isso.

Outra contribuição do norte foi a idéia de um ser sobrenatural que dá presentes para as criancinhas durante o Yule. Em algumas tradições escandinavas, era (e ainda é) um gnomo quem cumpre esse papel. Mas essa figura logo ganharia traços mais humanos.

Nasce o Papai Noel

Ásia Menor, século 4. Três moças da cidade de Myra (onde hoje fica a Turquia) estavam na pior. O pai delas não tinha um gato para puxar pelo rabo, e as garotas só viam um jeito de sair da miséria: entrar para o ramo da prostituição. Foi então que, numa noite de inverno, um homem misterioso jogou um saquinho cheio de ouro pela janela (alguns dizem que foi pela chaminé) e sumiu. Na noite seguinte, atirou outro; depois, mais outro. Um para cada moça. Aí as meninas usaram o ouro como dotes de casamento – não dava para arranjar um bom marido na época sem pagar por isso. E viveram felizes para sempre, sem o fantasma de entrar para a vida, digamos, "profissional". Tudo graças ao sujeito dos saquinhos. O nome dele? Papai Noel.

Bom, mais ou menos. O tal benfeitor era um homem de carne e osso conhecido como Nicolau de Myra, o bispo da cidade. Não existem registros históricos sobre a vida dele, mas lenda é o que não falta. Nicolau seria um ricaço que passou a vida dando presentes para os pobres. Histórias sobre a generosidade do bispo, como essa das moças que escaparam do bordel, ganharam status de mito. Logo atribuíram toda sorte de milagres a ele. E um século após sua morte, o bispo foi canonizado pela Igreja Católica. Virou são Nicolau.

Um santo multiuso: padroeiro das crianças, dos mercadores e dos marinheiros, que levaram sua fama de bonzinho para todos os cantos do Velho Continente. Na Rússia e na Grécia Nicolau virou o santo nº1, a Nossa Senhora Aparecida deles. No resto da Europa, a imagem benevolente do bispo de Myra se fundiu com as tradições do Natal. E ele virou o presenteador oficial da data. Na Grã-Bretanha, passaram a chamá-lo de Father Christmas (Papai Natal). Os franceses cunharam Pére Nöel, que quer dizer a mesma coisa e deu origem ao nome que usamos aqui. Na Holanda, o santo Nicolau teve o nome encurtado para Sinterklaas. E o povo dos Países Baixos levou essa versão para a colônia holandesa de Nova Amsterdã (atual Nova York) no século 17 – daí o Santa Claus que os ianques adotariam depois. Assim o Natal que a gente conhece ia ganhando o mundo, mas nem todos gostaram da idéia.

Natal fora-da-lei

Inglaterra, década de 1640. Em meio a uma sangrenta guerra civil, o rei Charles 1º digladiava com os cristãos puritanos – os filhotes mais radicais da Reforma Protestante, que dividiu o cristianismo em várias facções no século 16.

Os puritanos queriam quebrar todos os laços que outras igrejas protestantes, como a anglicana, dos nobres ingleses, ainda mantinham com o catolicismo. A idéia de comemorar o Natal, veja só, era um desses laços. Então precisava ser extirpada.

Primeiro, eles tentaram mudar o nome da data de "Christmas" (Christ’s mass, ou Missa de Cristo) para Christide (Tempo de Cristo) – já que "missa" é um termo católico. Não satisfeitos, decidiram extinguir o Natal numa canetada: em 1645, o Parlamento, de maioria puritana, proibiu as comemorações pelo nascimento de Cristo. As justificativas eram que, além de não estar mencionada na Bíblia, a festa ainda dava início a 12 dias de gula, preguiça e mais um punhado de outros pecados.

A população não quis nem saber e continuou a cair na gandaia às escondidas. Em 1649, Charles 1º foi executado e o líder do exército puritano Oliver Cromwell assumiu o poder. As intrigas sobre a comemoração se acirraram, e chegaram a pancadaria e repressões violentas. A situação, no entanto, durou pouco. Em 1658 Cromwell morreu e a restauração da monarquia trouxe a festa de volta. Mas o Natal não estava completamente a salvo. Alguns puritanos do outro lado do oceano logo proibiriam a comemoração em suas bandas. Foi na então colônia inglesa de Boston, onde festejar o 25 de dezembro virou uma prática ilegal entre 1659 e 1681. O lugar que se tornaria os EUA, afinal, tinha sido colonizado por puritanos ainda mais linha-dura que os seguidores de Cromwell. Tanto que o Natal só virou feriado nacional por lá em 1870, quando uma nova realidade já falava mais alto que cismas religiosas.

Tio Patinhas

Londres, 1846, auge da Revolução Industrial. O rico Ebenezer Scrooge passa seus Natais sozinho e quer que os pobres se explodam "para acabar com o crescimento da população", dizia. Mas aí ele recebe a visita de 3 espíritos que representam o Natal. Eles lhe ensinam que essa é a data para esquecer diferenças sociais, abrir o coração, compartilhar riquezas. E o pão-duro se transforma num homem generoso.

Eis o enredo de Um Conto de Natal, do britânico Charles Dickens. O escritor vivia em uma Londres caótica, suja e super populada – o número de habitantes tinha saltado de 1 milhão para 2,3 milhões na 1a metade do século 19. Dickens, então, carregou nas tintas para evocar o Natal como um momento de redenção contra esse estresse todo, um intervalo de fraternidade em meio à competição do capitalismo industrial. Depois, inúmeros escritores seguiram a mesma linha – o nome original do Tio Patinhas, por exemplo, é Uncle Scrooge, e a primeira história do pato avarento, feita em 1947, faz paródia a Um Conto de Natal. Tudo isso, no fim das contas, consolidou a imagem do "espírito natalino" que hoje retumba na mídia.

Outra contribuição da Revolução Industrial, bem mais óbvia, foi a produção em massa. Ela turbinou a indústria dos presentes, fez nascer a publicidade natalina e acabou transformando o bispo Nicolau no garoto-propaganda mais requisitado do planeta. Até meados do século 19, a imagem mais comum dele era a de um bispo mesmo, com manto vermelho e mitra – aquele chapéu comprido que as autoridades católicas usam. Para se enquadrar nos novos tempos, então, o homem passou por uma plástica. O cirurgião foi o desenhista americano Thomas Nast, que em 1862, tirou as referências religiosas, adicionou uns quilinhos a mais, remodelou o figurino vermelho e estabeleceu a residência dele no Pólo Norte – para que o velhinho não pertencesse a país nenhum. Nascia o Papai Noel de hoje. Mas a figura do bom velhinho só bombaria mesmo no mundo todo depois de 1931, quando ele virou estrela de uma série de anúncios da Coca-Cola. A campanha foi sucesso imediato. Tão grande que, nas décadas seguintes, o gorducho se tornou a coisa mais associada ao Natal. Mais até que o verdadeiro homenageado da comemoração. Ele mesmo: o Sol. (Texto Thiago Minami e Alexandre Versignassi - Fonte: SuperArquivo)

Religions of Rome - Mary Beard, John North; Cambridge, EUA, 1998

Santa Claus: A Biography - Gerry Bowler, McClelland & Stewart, EUA, 2005

www.candlegrove.com/solstice.html - Como várias culturas comemoram o solstício de inverno.